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A Síndrome da Apneia/Hipopneia Obstrutiva do Sono (SAHOS) caracteriza-se por episódios recorrentes de obstrução total ou parcial das vias aéreas durante o sono, interrompendo ou reduzindo o fluxo de ar. Essas pausas respiratórias levam à queda da oxigenação e fragmentação do sono, alterando a produção de hormônios, contribuindo para a resistência à insulina e elevando a pressão arterial, perpetuando, dessa forma, a própria condição de obesidade.

Indivíduos obesos são frequentemente afetados, devido, basicamente, às alterações anatômicas, à deposição de tecido adiposo nas vias aéreas superiores e à hipotonia que gera instabilidade dessa região, levando ao seu colapso.

O diagnóstico da SAHOS é realizado através da polissonografia, que permite inclusive classificar o seu grau: leve (entre 5 e 15 eventos/hora), moderada (entre 15 e 30 eventos/hora) e grave (acima de 30 eventos/hora).

O tratamento considerado padrão-ouro para indivíduos com SAHOS moderada a grave é a pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP). O CPAP é um equipamento que, por gerar uma pressão positiva na via aérea, permite a sua abertura e, por conseguinte, a passagem do fluxo de ar, através de uma máscara que é ajustada ao rosto do paciente.

A SAHOS melhora muito após a perda de peso proporcionada pela cirurgia bariátrica. No entanto, é imprescindível que, uma vez diagnosticada no pré-operatório e, sendo necessário o uso do CPAP, o paciente realmente utilize esse recurso para, inclusive, minimizar possíveis riscos pós-operatórios.

Sabe-se que pacientes com SAHOS frequentemente roncam, o que pode gerar edema na via aérea superior e comprometer a intubação traqueal, que já é dificultada no obeso devido às alterações anatômicas. Dessa forma, a utilização do CPAP pode minimizar tal risco, além de permitir maior controle glicêmico e pressórico e melhora na troca gasosa.

O fisioterapeuta é o profissional que pode auxiliar na melhor adesão ao tratamento, acompanhando a sua evolução, ajustando as interfaces e associando a tratamentos fisioterapêuticos específicos para melhora da condição pulmonar. Esse profissional pode, inclusive, acompanhar esses pacientes na sala de recuperação pós-anestésica, auxiliando na instalação do CPAP logo após a extubação, momento em que pode haver maior prejuízo nas trocas gasosas. O fisioterapeuta deverá, também, manter o atendimento e a monitoração constante do paciente com SAHOS até a alta hospitalar, auxiliando, assim, na prevenção de complicações respiratórias pós-operatórias.

FONTE: Maura Rigoldi Simões da Rocha é Fisioterapeuta e integrante do Núcleo de Saúde Física e Reabilitação da SBCBM (COESAS)